sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Pâncreas


Pois bem esse ilustre desconhecido acabou de me deixar 3 dias em completo jejum. Sem comer nem beber nada. Não fosse o tubinho de soro no braço eu ia ter de me virar e começar a fazer fotossíntese.

Desconhecido mesmo, a gente só fala dele quando fala de diabetes. Lembro de um comentário de um psicólogo professor meu que dizia que o pâncreas não tem representação mental. Ou seja, você não vai nunca ouvir alguém dizer - ai meu pâncreas...

Além disso o bichinho é praticamente intocável, localizado abaixo do fígado, atrás da alça do duodeno, por baixo do estômago, a localização é sempre depois de, atrás de ... terrível.

Eu já o conhecia. Não o meu, que sempre manteve o silêncio defendido por Canguilhem. Mas o da "The Visible Woman", um kit da Revel, com todo o esqueleto e orgãos, inclusive o pâncreas, ainda que viesse em uma peça única colada com o duodeno e o baço.

Brinquedinho nerd, que montávamos, desmontávamos, pintávamos com guache, lavávamos e recomeçavamos tudo a exaustão e que junto com o microscópio de 400x de aumento, com os insetos no formol e com os pedaços de gelo seco que os coreanos da sorveteria Kitalo liberavam de vez em quanto, faziam um bom pacote para aqueles pimpolhos interessados em ciência.

Bom voltando aos dias atuais. Cheio de dor baixei hospital. O pior é que aperta daqui, mede as concentrações de lipases e amilases dali, escaneia com raios-X, com radiação eletromagnética, com ultra-som, e finalmente me fazendo engulir uma câmera os médicos concluiram que ...... não sabem o que causou a pancreatite, sabem até o que não causou, mas o que foi ninguém sabe.

O certo é que passei os três primeiros dias em um surto de sono que nem eu entendia. Eu que costumo dormir de 3 a 4 horas por dia estava de um jeito que se fechasse o olho eu só abria uns 10 ou 15 minutos depois, isso se alguém falasse comigo.

Devo ter dormido umas 45 a 55 horas nesse período, até que algo mudou - a dor foi embora, as enzimas voltaram para o normal, e já vão até me botar em dieta liquida hoje, e, se Deus quiser, sólida amanhã e domingo me liberam.

Bom, alguns de vocês sabem que sou espírita, então vai aqui a minha outra versão. Para quem não gosta do tema: Valeu a leitura e até a próxima postagem. Mas para quem gosta ou é curioso, vem comigo, como diria o Goulart de Andrade.

Curiosamente no último dia dos mestres 15/10 foi o funeral do meu irmão, que sofreu de diabetes desde a adolescência, apesar de só ter sido diagnosticado aos 25 anos. Pois bem minha hipótese é que em pleno dias dos mortos, e saibam que espírita considera que dia dos mortos é todo dia. Fechei uma sintonia maior que devia com ele e o resultado, meu pâncreas, amanheceu completamente irritado.

Como toda hipótese, ela pode não ser a verdade, e só me dei conta quando, já na quinta, acordado e com toda a energia, deixei escapar um comentário - "É, a sessão de cura já acabou".

Valeu a todos que vibraram por mim, com certeza cada pensamento foi importante para que os amigos espirituais pudessem nos ajudar, a mim e ao meu irmão, a retornar a saúde do corpo e do espírito.

Quanto ao resto, agora é só não dar uma de criança teimosa e me cuidar. Dieta, exercício e tudo mais aqui vamos nós.

Abraços a todos.